Nobres Súditos do estimado Castelo da Westiphália Tupinication. Findado mais um glorioso torneio para decidir os soberanos que empunharão os grilhões democráticos imperiais, encerram-se as cortinas e desarmam-se as tendas com o riso irônico dos elegidos e as lágrimas dos que precisarão esperar mais uns poucos anos para também mamar dessa generosa teta.

A ressaca abraça os vitoriosos e o populacho retoma suas resignadas atividades de ignorância e apatia, Theos concede auxílio a quem cedo labuta. Tamanha é a capacidade laboriosa da majestade eleita e de seu séquito de conselheiros e príncipes, que antes de a cadeira do antigo rei dessa terra onde tudo dá ou desce esfriar, já procuram antecipar a criação de imprescindíveis tributos para combater o Cavaleiro do Apocalipse denominado Peste, cuja vilania assola os andrajosos irremediavelmente dependentes da caridade de nossos plácidos nosocômios.

A sonhada alquimia para transformar em ouro os impostos advindos do sofrido suor das classes medianas encontra eco alardeado pelos mandatários das diversas províncias, enquanto o Palácio se regozija do melhor vinho, brindando à panacéia miraculosa batizada de “Contribuição Social para a Saúde” (CSS), cujo objetivo será exterminar todas as formas de moléstias populares do Reino.

Evoco aqui meu mestre Pangloss, cuja sabedoria filosófica ensina “nada mais justo que erradicar a doença matando os pacientes no bolso, pois tudo está bem mesmo quando tudo está mal no melhor dos mundos possíveis”. Os menestréis da corte com suas lindas canções, comparadas em beleza somente aos olhos de minha doce Cunegunda, já rezam a bula, “remédio bom é remédio amargo, consulte um curandeiro regularmente e a persistirem os sintomas um legislador tributarista deverá ser consultado”.

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