Saudações a todos que porventura venham a despender minutos preciosos de suas vidas na leitura desta apresentação. Confesso que gostaria de estrear nesse elegante espaço de reflexão de maneira cândida e otimista, mas então teria que renegar qualquer abordagem a assuntos não ficcionais, pois nossa realidade impõe cada vez mais um apocalíptico futuro orwelliano.
Dizia Rousseau que quando um povo delega por comodismo suas obrigações a representantes tende inevitavelmente a ser tiranizado por regimes despóticos, ou resumindo em linguagem mais clara, tem mais é que tomar na bunda mesmo.
A alegação do nobre pensador tem fundamento e encontra exemplos práticos na cultura brasileira. País tomado pela tradição do servilismo, hipocrisia, covardia, que abraça a causa da caridade como preceitos divinos em detrimento da meritocracia e onde o “se dar bem a todo custo” encontra voz em todas as camadas sociais, atribuindo a pecha de otário a quem adote elevados modelos éticos e morais.
Verifica-se facilmente que a notória preguiça brasileira ao delegar a responsabilidade pelos ofícios que caberia à própria sociedade exercer, resulta inexoravelmente na cumplicidade da nação a uma corja corrupta de politiqueiros ambiciosos safados.
Faz-se premente um alerta ao engodo em que se transformou a tão exaltada democracia brasileira. Não há verdadeira “Democracia” onde a opulência de uns oprime e corrompe pela miserabilidade de outros, em meio a um processo eletivo viciado e desonesto.
Vivenciamos calados o legado deixado pelo ignóbil militarismo, que nem para criar mártires decentes serviu, dando condição à sucessão de sistemas autocráticos fascistóides e dissimulados como os regimes ditatoriais sustentados por Medidas Provisórias de Fernando de Mello I, o Corrupto, passando por Fernando Cardoso II, o Malandro até a ascensão bolchevique de Luís da Silva I, o Enganador.
Os sinais estão absurdamente claros, senão vejamos: cerceamento de liberdades individuais (Lei Seca, Lei Antitabagismo, Toque de Recolher), censura a órgãos de imprensa e meios de comunicação diversos (Nova Lei de Imprensa, Controle do Uso da Internet, proibição de representações caricatas de membros do governo em publicações de humor), políticas assistencialistas de condicionamento, segregação e dependência (também conhecidos como programas sociais e de ação afirmativa), manipulação e maquiagem de números estatísticos oficiais, propaganda ideológica disfarçada de informação à sociedade e perseguição sistemática aos críticos do poder. Tudo muito elementar.
Necessário esclarecer que essa prática não é exclusividade somente dos déspotas atualmente no poder. Fernando H²C, o Entreguista, já detratava seus contestadores aludindo a eles como “neobobos”, “neopessimistas” e “vagabundos”. Nesse ponto, os dois partidinhos fisiológicos que despontam nas disputas eleitoreiras parecem convergir em uma mesma direção. O uso da mão-de-ferro, do autoritarismo, da mentira, da escravização e da perpetuação no poder, calando a boca de quem não adotar voluntariamente o discurso do Reich Tupiniquim. Heil!¬¬

Obs: Cândido Voltaire é o novo colunista do Negação Lógica, em breve vocês terão mais informações.

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10 Comments

  1. “Cândido Voltaire”
    Sejas bem vindo!
    mas que artigo capitoso, que tua mente traga muita luzerna as essas pobres almas sociais…
    Saiba:
    “Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-la”.
    Abraços

  2. Agradeço às boas vindas promovidas pelos nobres colegas deste esplêndido e democrático fórum de idéias. Pretendo dispor a candura de meus pensamentos enquanto a liberdade de expressão não for total mente abduzida pela hipocrisia reinante no país do futebol, carnaval, cachaça e mulher pelada, afinal, vivemos no melhor dos mundos possíveis, não é mesmo. Amigo Einstein, perdoe-me, mas tenho por princípios alguns ensinamentos darwinianos do tipo se não é predador é presa. Deixo o capim para as vacas e almoço elas, hehehe.

    1. hauahuah, nossa! Quer dizer que se tu fosses vegetariano, irias comer pennisetum*?! Definitivamente, essa não seria uma idéia muito inteligente… Caro amigo darwinista, eu sou adépto da seguinte equação CRIACIONISTA:
      Vaca comendo pennisetum + Humano tentando imitá-la = ASNO EM FASE TERMINAL.
      Logo, conclui-se que mais uma vez Darwin estava errado! Presas não existem! O que existe, de fato, são predadores ignorantes e pouco inteligentes.
      Para meditar:
      “…Interessante. Até hoje não compreendo como o PAI DO EVOLUCINISMO, que um dia foi jovem, forte, vigoroso e inteligente(?!), permitiu que seu próprio corpo fosse reduzido à REGREÇÃO insana de um aglomerado de células MORTAS constituíntes de um cádaver jazido em um dos túmulos da Inglaterra em 19 abril de 1882… Então a fase final da evolução é um estado nada cheiroso de PUTREFAÇÃO?! Muito ‘interessante’…”
      Albert Einstein de Oliveira (eu :D).
      *Você ainda não sabe o significado da palavra Pennisetum? O Google sabe! =DDDD

      1. Meu estimadíssimo colega Einstein,
        Antes de prosseguir é indispensável expressar minha estima aos fundamentos de vossas idéias relativistas, somente comparáveis à beleza de minha adorada Cunegunda.
        Segundo os ensinamentos de meu mestre Panglos, dentre as iguarias do gênero pennisetum encontram-se os almejadíssimos chuberries africanos.
        Meu estimado Professor, confesso que sua infinita sabedoria encontra amparo na inegável sapiência filosófica de Panglos, o maior de todos os sábios, que afirma vivermos no melhor dos mundos possíveis, onde definitivamente inexiste qualquer relação predatória na natureza, sendo estas espécies caçadoras, seres bestiais, impiedosas, horríveis e totalmente desprovidas de sentimento.
        No entanto, tomei a liberdade de aprender com vossas sofísticas palavras que “tudo é relativo” neste, que é o melhor dos mundos possíveis, o que me faz inferir que tudo é uma mera questão de conveniência.
        Meu mestre Panglos ensina que tudo está bem quando as coisas estão bem e que mesmo os piores dos infortúnios omo redundam inevitavelmente em algo melhor. Como não sou um sábio como tu e Panglos, nobre Einstein, tais pressupostos me levam a crer que o sofrimento de alguns espécimes bovinos, suínos e galináceos, servem à perpetuação relativa de algo muito melhor que a sobrevivência por meio de gramíneas, folhas, frutos e sementes diversas.
        Ademais, apesar de meu inegável apreço às idéias do senhor Darwin, colocar-me em sua defesa iria contra os elevados ensinamentos de meu Mestre Panglos, Leibnitz e ao melhor dos mundos possíveis. Entretanto, visto que minha memória não desfruta de grande credibilidade, penso não lembrar de nenhuma referência desse suposto pai do Evolucionismo acerca da vida eterna e imortalidade. Na verdade, se não me trai a memória, acho acho que nas tais teorias evolucionistas deste cavalheiro constava algo sobre um tal ciclo da vida ou coisa assim, o que justificaria a tal regressão do pó ao pó oque o valha. Sei lá, preciso consultar Panglos a respeito.

        1. Bem o dissestes, caro amigo Voltaire. “Tudo é Relativo”, essa frase me parece um tanto de condescendência criacionista, embora a maioria das pessoas a interpretem contrariamente ao que eu penso! Para tudo que a ciência não encontra explicação lógica jogamos essa pérola no ar. Comumente, até o resultado inverso do evolucionismo é justificado pelo relativismo.
          Parece um ciclo vicioso, não é? rsrs
          Abraços!

        2. Verdade, meu nobre colega cientista. Vossas tão importantes descobertas relativistas foram transformadas em retórica da conveniência pelo espírito cínico que impregnou os barões congressistas de nosso amado Castelo na Westphalia Tupiniquim, aos quais não há efeito sem causa, pois os narizes foram feitos para sustentar os óculos e o povo feito para servir aos seus representantes.
          abraço

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